Temos o 1º de Dezembro de volta
Em 8 de Janeiro, a Assembleia da República votou, na generalidade, os projectos para restaurar o 1º de Dezembro, além do 5 de Outubro, da quinta-feira Corpo de Deus e de Todos os Santos (1 de Novembro). Segue-se o trabalho na especialidade. E, em paralelo, a negociação específica quanto aos dois feriados religiosos, por forma a, segundo informou o Governo no debate, tudo estar pronto para, na votação final global da lei, provavelmente em Fevereiro ou início de Março, serem repostos todos os quatro feriados suprimidos em 2012.
É uma decisão justa – e esperada. Como disse, quando, em 2012, iniciei a luta cívica pela “restauração da Restauração”, a medida tomada havia-o sido de forma tão desastrada e infundada, que “bastaria mudar o ciclo político para os feriados serem repostos.” Aí está. O que se fez foi um exemplo – um mau exemplo – do que chamei “legislar à paulada”.
Chocou-me a eliminação leviana do 1º de Dezembro, o único feriado em que celebramos o valor fundamental da independência nacional, nada mais, nada menos do que a nossa existência como Nação livre e independente. Como algumas vezes comentei, a decisão, tal como foi tomada, “só foi possível por ter chegado ao poder a primeira geração que já não aprendeu devidamente, na escola, a História de Portugal”. Este é um dos efeitos desse desvalor: as pessoas não sabem, as pessoas não sentem. Aí se aninhou a “tese das simetrias”, para explicar a coisa, nos corredores: “cortamos dois feriados religiosos e dois civis; e, nos civis, cortamos um à esquerda e outro à direita, um republicano e outro monárquico.” Ora, esta visão superficial do 5 de Outubro como feriado “de esquerda” e “republicano” e do 1º de Dezembro como “de direita” e “monárquico” classifica-se apenas com uma palavra: ignorância.
Na luta pelo 1º de Dezembro, enfrentei preconceitos e ideias feitas. Uma: “Ah! O 1º de Dezembro não é importante, pois Portugal não é independente apenas desde 1640.” Sim, Portugal é mais antigo e gostamos de dizer que temos quase nove séculos de História. Mas, se não fosse o 1º de Dezembro, teríamos acabado logo ali, em 1580.
Outra: “Não devíamos comemorar o 1º de Dezembro, mas a Batalha de São Mamede ou o Tratado de Zamora, com D. Afonso Henriques.” Certo, podia ter sido assim. Mas, quando a sociedade portuguesa, no final do século XIX, se mobilizou para ter um feriado que assinalasse a independência do país, foi o 1º de Dezembro que escolheu. Porquê? Provavelmente porque evoca o dia em que a recuperámos da última (e única) vez que a tínhamos perdido.
Outra: “Hoje, que estamos na União Europeia, a independência nacional não é muito importante.” Esta é a maior expressão da saloiice nacional, o pregão dos basbaques, lambe-botas do estrangeiro. Fiquem esses a saber que quase todos os Estados-membros da UE têm como Dia Nacional feriados que comemoram a respectiva independência; e alguns os têm em dobro.
As lições que colhi vieram do povo e de inúmeros exemplos de celebração popular deste nosso Dia de Portugal. Há-os um pouco por todo o país, em particular em terras do Alentejo, onde a Guerra da Restauração foi mais duramente travada, de 1640 a 1668.
Como coordenador do Movimento 1º de Dezembro, a minha gratidão é imensa, nos quatro Desfiles Nacionais de Bandas Filarmónicas “1º de Dezembro” que já organizámos, ao Grupo Coral "Os Cigarras" que adaptou o Hino da Restauração ao Cante, bem como ao Grupo de Cantares Feminino de Aljustrel e ao Grupo Coral dos Mineiros de Aljustrel que lhe deram continuidade; e ao brilho da Banda Filarmónica de Odemira, da banda da Sociedade União Alcaçovense, da Banda Filarmónica Simão da Veiga da Casa do Povo de Lavre (Montemor-o-Novo), da Filarmónica do Crato, da banda da Associação de Recreio Musical 1º de Dezembro de Campo Maior e da Banda Municipal Alterense que, de 2012 a 2015, trouxeram à Avenida da Liberdade e Praça dos Restauradores o brilho, a alegria e o sentimento do Alentejo a esta grandiosa Festa de Portugal livre e independente.
É uma decisão justa – e esperada. Como disse, quando, em 2012, iniciei a luta cívica pela “restauração da Restauração”, a medida tomada havia-o sido de forma tão desastrada e infundada, que “bastaria mudar o ciclo político para os feriados serem repostos.” Aí está. O que se fez foi um exemplo – um mau exemplo – do que chamei “legislar à paulada”.
Chocou-me a eliminação leviana do 1º de Dezembro, o único feriado em que celebramos o valor fundamental da independência nacional, nada mais, nada menos do que a nossa existência como Nação livre e independente. Como algumas vezes comentei, a decisão, tal como foi tomada, “só foi possível por ter chegado ao poder a primeira geração que já não aprendeu devidamente, na escola, a História de Portugal”. Este é um dos efeitos desse desvalor: as pessoas não sabem, as pessoas não sentem. Aí se aninhou a “tese das simetrias”, para explicar a coisa, nos corredores: “cortamos dois feriados religiosos e dois civis; e, nos civis, cortamos um à esquerda e outro à direita, um republicano e outro monárquico.” Ora, esta visão superficial do 5 de Outubro como feriado “de esquerda” e “republicano” e do 1º de Dezembro como “de direita” e “monárquico” classifica-se apenas com uma palavra: ignorância.
Na luta pelo 1º de Dezembro, enfrentei preconceitos e ideias feitas. Uma: “Ah! O 1º de Dezembro não é importante, pois Portugal não é independente apenas desde 1640.” Sim, Portugal é mais antigo e gostamos de dizer que temos quase nove séculos de História. Mas, se não fosse o 1º de Dezembro, teríamos acabado logo ali, em 1580.
Outra: “Não devíamos comemorar o 1º de Dezembro, mas a Batalha de São Mamede ou o Tratado de Zamora, com D. Afonso Henriques.” Certo, podia ter sido assim. Mas, quando a sociedade portuguesa, no final do século XIX, se mobilizou para ter um feriado que assinalasse a independência do país, foi o 1º de Dezembro que escolheu. Porquê? Provavelmente porque evoca o dia em que a recuperámos da última (e única) vez que a tínhamos perdido.
Outra: “Hoje, que estamos na União Europeia, a independência nacional não é muito importante.” Esta é a maior expressão da saloiice nacional, o pregão dos basbaques, lambe-botas do estrangeiro. Fiquem esses a saber que quase todos os Estados-membros da UE têm como Dia Nacional feriados que comemoram a respectiva independência; e alguns os têm em dobro.
As lições que colhi vieram do povo e de inúmeros exemplos de celebração popular deste nosso Dia de Portugal. Há-os um pouco por todo o país, em particular em terras do Alentejo, onde a Guerra da Restauração foi mais duramente travada, de 1640 a 1668.
Como coordenador do Movimento 1º de Dezembro, a minha gratidão é imensa, nos quatro Desfiles Nacionais de Bandas Filarmónicas “1º de Dezembro” que já organizámos, ao Grupo Coral "Os Cigarras" que adaptou o Hino da Restauração ao Cante, bem como ao Grupo de Cantares Feminino de Aljustrel e ao Grupo Coral dos Mineiros de Aljustrel que lhe deram continuidade; e ao brilho da Banda Filarmónica de Odemira, da banda da Sociedade União Alcaçovense, da Banda Filarmónica Simão da Veiga da Casa do Povo de Lavre (Montemor-o-Novo), da Filarmónica do Crato, da banda da Associação de Recreio Musical 1º de Dezembro de Campo Maior e da Banda Municipal Alterense que, de 2012 a 2015, trouxeram à Avenida da Liberdade e Praça dos Restauradores o brilho, a alegria e o sentimento do Alentejo a esta grandiosa Festa de Portugal livre e independente.
José Ribeiro e Castro
Advogado
MAIS ALENTEJO, 1.Fevereiro.2016
Crónicas "AQUÉM-GUADIANA"
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