P'ra ver a banda passar
Não! Desta vez, a RTP despediu Chico Buarque e o seu mote. O país que não é de Lisboa não vai ver a banda passar. Vão cantar coisas de amor a Portugal, no 1.º de Dezembro. Para a RTP, não presta.
Tocá Rufar. Presente! Não vejo. Bombos de Atei. Presentes! Não vejo. Banda do Exército. Presente! Não vejo. Marvila. Presente! Não vejo. Filarmónica Madalense, do Pico. Presente! Não vejo. Santiago de Lobão. Presente! Não vejo. Os Amarelos, Moura. Presente! Não vejo. Arnoso, Famalicão, e Santa Maria de Bouro. Presentes! Não vejo nada. Banda 1.º de Maio, Mirandela, e Filarmónica do Brinço. Presentes! Não vejo. Retaxo, Castelo Branco; Filarmónicas Cortense, Oleirense e Fratelense. Presentes! Não vejo nenhuma. Bandas Santanense, da Figueira, e Sangianense, Oliveira do Hospital. Presentes! Não vejo. N.ª Sr.ª de Machede, Évora. Presente! Não vejo. Alcáçovas. Presente! Não vejo. Tavira. Presente! Não vejo. Academia de Santa Cecília e Estrela da Beira, Seia. Presentes! Não vejo. Filarmónica Maiorguense, Alcobaça. Pedrógão Grande. Presente! Não vejo. Cabanas de Torres, Alenquer, e 1.º de Dezembro da Encarnação, Mafra. Presentes! Não vejo. Banda Juvenil, Gavião, e Euterpe, Portalegre. Presentes! Também não vejo. Alfena, Valongo. Presente! Não vejo. Filarmónicas Maçaense e Gualdim Pais, Tomar. Presentes! Não vejo. Incrível Almadense. Presente! Não vejo. Vila Nova de Anha. Presente! Não vejo. São João de Areias, Santa Comba, e Ferreirim, Sernancelhe. Presentes! Não vejo mesmo nada.
O paradoxo é exclusiva responsabilidade dos administradores e diretores da RTP: revogaram a decisão de transmissão integral, em direto, do Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas 1.º de Dezembro. São 35 bandas presentes, a festejar Portugal, no nosso dia mais importante. Mas o país não pode assistir - esta RTP não quer.
De todo o país, as bandas viajam centenas de quilómetros para celebrar Portugal, nos Restauradores. Dos Açores, a Sociedade Filarmónica União e Progresso Madalense faz 3000 km de ida e volta. A RTP, do "serviço público", não pode fazer 7 km, da sede aos Restauradores, para organizar o directo integral, como em 2013 e 2014.
O Contrato de Concessão de 2015 parece claro: comete à RTP "uma programação que promova a formação cultural e cívica dos telespetadores" e aponta-lhe "uma programação abrangente" e "globalmente diferenciadora face à oferta do mercado audiovisual português". Mais: "o serviço público de média deve ter uma programação que promova a cidadania [e] o sentido cívico"; e "assegura a promoção da cultura portuguesa e dos valores que exprimem a identidade nacional", proporcionando "o acesso do público às manifestações culturais portuguesas". Qual é a dúvida?
Há até um parágrafo que parece feito à medida do Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas: "a programação do primeiro serviço de programas generalista assegura a cobertura de manifestações que constituam fator de identidade ou formas de representação nacional, designadamente eventos de natureza institucional, cívica, social [ou] cultural". Não! Os dirigentes desaprenderam. Antes sabiam; agora, lêem e não entendem. Ou entendem e não cumprem.
O 1.º de Dezembro é o maior dia de Portugal no calendário oficial. Não há outro: celebra o valor da independência, a nossa existência como país, próprio e livre. É o dia mais de todos de entre todos os dias de Portugal.
Fui ver no portal da RTP a programação de 1 de Dezembro, de novo feriado. Não há diferença assinalável dos dias 30 e 2. Nos canais de televisão e rádio, em nenhum momento, se assinala o 1.º de Dezembro. Apagão! No Canal 1 (televisão), a única diferença do dia são 6 horas (seis!) para assinalar a estreia na TDT de todos os canais RTP - é um facto importante; mas a independência de Portugal é-o mais.
Quando fizerem inquéritos de rua a perguntar pelo 1 de Dezembro e ouvirmos respostas "foi a TDT", o professor foi o singular entendimento desta RTP sobre cidadania, sentido cívico, cultura portuguesa e identidade nacional. O meu umbigo é o centro do Mundo.
Pior! O menosprezo da partilha com o país da festa popular do 1.º de Dezembro é, na restauração do feriado, sinal inquietante de que a nova RTP traz o espírito velho, a alma má.
Tocá Rufar. Presente! Não vejo. Bombos de Atei. Presentes! Não vejo. Banda do Exército. Presente! Não vejo. Marvila. Presente! Não vejo. Filarmónica Madalense, do Pico. Presente! Não vejo. Santiago de Lobão. Presente! Não vejo. Os Amarelos, Moura. Presente! Não vejo. Arnoso, Famalicão, e Santa Maria de Bouro. Presentes! Não vejo nada. Banda 1.º de Maio, Mirandela, e Filarmónica do Brinço. Presentes! Não vejo. Retaxo, Castelo Branco; Filarmónicas Cortense, Oleirense e Fratelense. Presentes! Não vejo nenhuma. Bandas Santanense, da Figueira, e Sangianense, Oliveira do Hospital. Presentes! Não vejo. N.ª Sr.ª de Machede, Évora. Presente! Não vejo. Alcáçovas. Presente! Não vejo. Tavira. Presente! Não vejo. Academia de Santa Cecília e Estrela da Beira, Seia. Presentes! Não vejo. Filarmónica Maiorguense, Alcobaça. Pedrógão Grande. Presente! Não vejo. Cabanas de Torres, Alenquer, e 1.º de Dezembro da Encarnação, Mafra. Presentes! Não vejo. Banda Juvenil, Gavião, e Euterpe, Portalegre. Presentes! Também não vejo. Alfena, Valongo. Presente! Não vejo. Filarmónicas Maçaense e Gualdim Pais, Tomar. Presentes! Não vejo. Incrível Almadense. Presente! Não vejo. Vila Nova de Anha. Presente! Não vejo. São João de Areias, Santa Comba, e Ferreirim, Sernancelhe. Presentes! Não vejo mesmo nada.
O paradoxo é exclusiva responsabilidade dos administradores e diretores da RTP: revogaram a decisão de transmissão integral, em direto, do Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas 1.º de Dezembro. São 35 bandas presentes, a festejar Portugal, no nosso dia mais importante. Mas o país não pode assistir - esta RTP não quer.
De todo o país, as bandas viajam centenas de quilómetros para celebrar Portugal, nos Restauradores. Dos Açores, a Sociedade Filarmónica União e Progresso Madalense faz 3000 km de ida e volta. A RTP, do "serviço público", não pode fazer 7 km, da sede aos Restauradores, para organizar o directo integral, como em 2013 e 2014.
O Contrato de Concessão de 2015 parece claro: comete à RTP "uma programação que promova a formação cultural e cívica dos telespetadores" e aponta-lhe "uma programação abrangente" e "globalmente diferenciadora face à oferta do mercado audiovisual português". Mais: "o serviço público de média deve ter uma programação que promova a cidadania [e] o sentido cívico"; e "assegura a promoção da cultura portuguesa e dos valores que exprimem a identidade nacional", proporcionando "o acesso do público às manifestações culturais portuguesas". Qual é a dúvida?
Há até um parágrafo que parece feito à medida do Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas: "a programação do primeiro serviço de programas generalista assegura a cobertura de manifestações que constituam fator de identidade ou formas de representação nacional, designadamente eventos de natureza institucional, cívica, social [ou] cultural". Não! Os dirigentes desaprenderam. Antes sabiam; agora, lêem e não entendem. Ou entendem e não cumprem.
O 1.º de Dezembro é o maior dia de Portugal no calendário oficial. Não há outro: celebra o valor da independência, a nossa existência como país, próprio e livre. É o dia mais de todos de entre todos os dias de Portugal.
Fui ver no portal da RTP a programação de 1 de Dezembro, de novo feriado. Não há diferença assinalável dos dias 30 e 2. Nos canais de televisão e rádio, em nenhum momento, se assinala o 1.º de Dezembro. Apagão! No Canal 1 (televisão), a única diferença do dia são 6 horas (seis!) para assinalar a estreia na TDT de todos os canais RTP - é um facto importante; mas a independência de Portugal é-o mais.
Quando fizerem inquéritos de rua a perguntar pelo 1 de Dezembro e ouvirmos respostas "foi a TDT", o professor foi o singular entendimento desta RTP sobre cidadania, sentido cívico, cultura portuguesa e identidade nacional. O meu umbigo é o centro do Mundo.
Pior! O menosprezo da partilha com o país da festa popular do 1.º de Dezembro é, na restauração do feriado, sinal inquietante de que a nova RTP traz o espírito velho, a alma má.
José Ribeiro e Castro
Coordenador-geral do Movimento 1º de Dezembro
Coordenador-geral do Movimento 1º de Dezembro
JORNAL DE NOTÍCIAS, 29.Novembro.2016
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