Ao 206.º dia da pandemia, reflexões sobre a família e o resto
1. Foi a 11 de Março, que a OMS declarou a pandemia. O novo coronavírus, o SARS-CoV2, atacara na China dois meses antes. No dia da declaração pela OMS, a nova doença estava em 114 países, onde fizera 118 mil infectados, provocando 4.291 mortes, quase todas na China. Em Portugal, havia 59 casos confirmados. Hoje, no dia em que escrevo, quase sete meses depois, a COVID-19 está em 214 países e territórios autónomos, atingiu já 35,1 milhões de indivíduos e provocou a morte de 1.037.528 dos infectados. Em Portugal, o nosso país, vamos em 78.247 atingidos e 1.995 mortes. Estamos a entrar na “segunda vaga”, segundo muitos.
Esta pandemia não é como a “gripe espanhola” há 100 anos. A pneumónica, segundo diferentes relatos, vitimou 20 a 100 milhões de pessoas, enquanto a COVID-19 só há pouco passou a linha de ter provocado a morte de um milhão de doentes. Mas nem por isso podemos desvalorizar ou negligenciar a sua gravidade. Mesmo que se ficasse na casa de um milhão de vítimas mortais, seria um número grave – e, na verdade, não sabemos onde irá parar. A pneumónica também teve uma segunda vaga, que foi a mais mortífera.
Independentemente do número absoluto, não podemos ignorar a súbita concentração dessas mortes. Tenho na memória as imagens de Abril nos noticiários televisivos, que davam conta do caos nas agências funerárias na Cidade do México, a incapacidade de recolher os mortos acumulados em Guayaquil (Equador) ou os enterros em massa em Manaus (Brasil). Simples exemplos de desordem e medo, que se espalharam por tanto lado. Somos interpelados duramente pelos 18 mortos no lar de idosos em Reguengos de Monsaraz, uma pequeníssima amostra do que tem atingido a geração dos nossos pais, avós ou bisavós em lares de muitos países na civilizada Europa e por todo o mundo; ou pelos picos repentinos de mortes em Espanha ou Itália, Bélgica, França, Suécia ou Suíça, nas fases mais agudas da pandemia.
As pessoas e as famílias são tocadas e atingidas por estes casos e por estes números. São estes algarismos, sempre a crescer, que as inquietam e as afligem. É deles que devem aprender a proteger-se. Até conseguirmos todos sair do lado de lá da pandemia. Vivos e saudáveis.
Só há uma atitude inteligente a tomar: informação e cautela. Nem alarmismo, nem negacionismo.
Andam aí demasiado alarmismo e negacionismo a mais. São estados de espírito alimentados por estupidez ou má fé. As famílias têm de os afastar com determinação e firmeza. Só a informação e a prudência protegem as famílias e os seus membros mais vulneráveis dos males que esta pandemia sopra e espalha. Conhecimento, higiene, desinfecção frequente das mãos, manter distanciamento q.b., uso da máscara em locais públicos com muita gente, evitar grandes aglomerações, consultar o médico aos primeiros sintomas suspeitos, respeitar as quarentenas que nos sejam determinadas, reduzir as saídas ao mínimo em regiões que enfrentem surtos agudos – são respostas necessárias a enfrentar a pandemia. Até chegar a vacina. E funcionar. Até podermos dizer que “já passou”.
2. Há demasiada conversa sobre o “novo normal”. E muita especulação sobre como será a vida dos indivíduos e das famílias depois da COVID-19.
Olho para estas projeções não digo que com desconfiança, mas com cepticismo. São sempre, como é inevitável, previsões que misturamos com os nossos desejos e com os nossos medos.
Teremos de deixar passar por completo esta crise sanitária para conseguirmos ver e entender o rasto que tiver deixado. Ainda não sabemos nem como, nem quando irá acabar. É-nos difícil antecipar a marca que deixará em cada um de nós e, através de nós, no conjunto da sociedade. Para já, devemos focar-nos o melhor possível em atravessá-la sem danos ou com o mínimo de danos no nosso agregado familiar. Quando passar, quando finalmente suspirarmos de alívio e pudermos olhar outra vez para horizontes largos, teremos muito tempo para retomar a noção do normal, seja de novo o antigo, seja um novo que se revele.
Há muitos que prevêem uma crise definitiva do transporte aéreo: que passaremos a viajar muito menos, sobretudo a longas distâncias. Tenho as mais sérias dúvidas sobre isso. Restabelecidas as circunstâncias que permitam às pessoas viajar como antes, voltarão a fazê-lo com a mesma ou maior intensidade. Duvido que deixemos de aspirar a conhecer e visitar novos lugares. Duvido que, mantendo-se as ferramentas técnicas da globalização e a possibilidade de viajar muito e depressa, abdiquemos de o fazer. Não me recordo de uma crise da Humanidade, fosse uma peste, fosse uma guerra, em que, terminada a crise, a Humanidade voltasse para trás no progresso que já tivesse atingido. Pelo contrário, o que a História nos ensina é que, passada a crise, são retomadas as linhas do progresso anterior e é acelerado o seu ritmo.
Penso que o “novo normal” será sobretudo “de novo o normal”. Mas talvez se acelerem traços e linhas que já estavam a despontar.
3. Um dos casos em que a resposta social perante a COVID-19 pode ter sido benéfica é o tele-trabalho. Há muito que se falava nele. Há muito que o progresso tecnológico o permite com grande acessibilidade. Mas é difícil mudar rotinas instaladas. A resistência é a irmã gémea da mudança. Era muito difícil implantá-lo, estruturá-lo, expandi-lo.
A crise sanitária e a necessidade de favorecer o isolamento e a separação física forçou a aceleração desse processo. Se fôssemos conspiracionistas, até podíamos pôr a correr a ideia de a COVID-19 ter sido uma invenção de multinacionais – um dos novos “diabos” – de computadores, smartphones e tablets, de software e apps e de sistemas de comunicações, para implantarem e imporem rapidamente, num período curto, em todo o mundo os seus novos sistemas e fazerem explodir as vendas de equipamentos.
Em inúmeras empresas na área dos serviços, o trabalho domiciliário explodiu. É possível que tenha havido muitos abusos nos primeiros tempos: indolência e fingimentos, em aplicação do velho ditado “patrão fora, dia santo na loja”. Mas, com o tempo, também esses controlos se afinaram e a responsabilidade à distância cresceu. O tele-trabalho pode ser um caso de sucesso. E, se for um caso de sucesso, o tele-trabalho será o grande vencedor desta crise.
4. Este enorme salto qualitativo comunicacional não foi só no trabalho. Acontece também na família. Com filhos e netos no Oriente e, depois, na Arábia, boa parte das minhas comunicações familiares, a milhares de quilómetros de distância, eram por FaceTime, WhatsApp áudio e vídeo, Google Duo.
Isso era já uma realidade muito diferente da que vivi na minha adolescência, em que uma ligação telefónica para Angola tinha de ser marcada previamente, era de qualidade deficiente e só podia fazer-se em telefone fixo (não havia outro) e em ligação áudio. Mais diferente ainda do que meus pais e avós contavam da sua juventude e começo de vida adulta, quando uma ida para o Ultramar equivalia a um desterro, sem sequer telefone e rara comunicação por correio, transportado em navio. Mesmo em Portugal continental, lembro, na minha infância, como as comunicações com meus avós no Alentejo eram através de ligação por telefonista dos CTT a quem pedíamos “Odemira nove-trrrrrrrês”, carregando muito nos erres do 9-3.
Hoje, estou mais perto de Macau ou de Riade do que de Odemira. A pandemia acelerou este processo também nas relações familiares, além da vida profissional. Com as minhas filhas, genros e netos em Portugal, o distanciamento social intensificou – exponencialmente, como diria qualquer matemático epidemiologista – o recurso às comunicações vídeo FaceTime, WhatsApp, Google Duo, todos os dias, várias vezes ao dia. Vemo-nos mais vezes hoje, do que antes em que tínhamos de nos visitar para nos vermos. Às vezes, tenho a ideia de que, se vivêssemos no mesmo prédio, ainda aí usaríamos, algumas vezes, a comunicação vídeo por FaceTime, WhatsApp, Google Duo... É como se vivêssemos na mesma casa com compartimentos distantes – um palácio em constelação.
5. Mas é no mundo do trabalho que a grande revolução pode estar a acontecer.
O tele-trabalho pode pegar e entrar na organização corrente do trabalho empresarial. As reuniões, sessões de formação, conferências, etc., banalizaram-se no uso dos Zoom, Teams ou sistemas similares.
Estamos muito perto, mesmo estando longe. Uma empresa do Porto pode ser facilmente dirigida a partir da Mongólia, durante as férias do patrão, como se nunca tivesse saído da Cedofeita – e parte do pessoal estar no Gerês, outros na Póvoa de Varzim, outros numa quinta no Douro. Como hoje se diz na linguagem popular, “sem espinhas”. É apenas o dia-a-dia pós-COVID-19.
Em 1993, antes do arranque da TVI, fui, com uns colegas da nova estação, a uma feira de filmes, séries e outros produtos e formatos de televisão: o NATPE, em Nova Orleães. Além dos stands das produtoras, que visitávamos, a organização promovia conferências diárias com grandes figuras do show business norte-americano. Num intervalo das reuniões e negociações com produtoras, houve uma que me atraiu a atenção. Fui ouvir. Era um produtor famoso de Hollywood. Contou que tinha ido viver há um ano para o Colorado, mudando-se com a família de Los Angeles para uma cidadezinha nas Montanhas Rochosas, não muito longe de Denver, se bem entendi.
Apaixonado pela sua nova vida, deliciou-me com o relato que fez do enorme salto qualitativo na sua qualidade de vida, assim como da família, tudo sem quebras de produtividade – garantiu que produzia mais e tinha mais tempo disponível. Deu alguns exemplos de novos modos de vida e de trabalho. Lembro-me de um.
Tinha acabado de publicar um livro com muito grafismo: um livro de cinema, com muitas imagens a cores e paginação cuidada, além de exigências especiais de papel, composição e impressão. Contou que a editora estava em Los Angeles, a tipografia em S. Francisco, uma gráfica especializada no tratamento de imagens no Japão e o seu advogado, que estabeleceu os vários contratos, em Nova Iorque. Numa altura em que a Internet dava os primeiros passos, ele dirigira tudo, por comunicações electrónicas e telefone, a partir da sua cidadezinha nas Montanhas Rochosas. Dela não saiu uma única vez, senão para ir receber o primeiro livro à tipografia de S. Francisco. Mas não fora sequer uma necessidade de produção, antes uma festa da edição. Fiquei fascinado com essa história e sonhei, um dia, poder vir a fazer qualquer coisa de parecido a partir de Odemira ou doutro lugar qualquer, apto a servir como o meu centro do Mundo.
Isto era 1993, no advento dos computadores. Nesse ano, depois dos aventurosos Spectrum e Amstrad dos anos 1980, tinha acabado de comprar o meu primeiro PC com torre: uma máquina extraordinária com Windows 3.1, disco duro com capacidade de 180Mb e memória RAM de 1.5Mb. Hoje, 27 anos depois, o progresso tecnológico, que tem sido contínuo, e o choque brutal nos hábitos e rotinas que a todos foi imposto pela COVID-19 puseram ao alcance de quase todos a fascinante do produtor de Hollywood: trabalhar eficientemente em equipa a milhares de quilómetros de distância, uns dos outros.
Isto também poderá melhorar a vida das pessoas e das famílias, como o produtor de Hollywood contou. Poupam-se quilómetros, filas intermináveis, apertos nos comboios e metro à hora de ponta, nas deslocações quotidianas casa-trabalho, trabalho-casa. Poupa-se stress urbano. Ganham-se horas de vida pessoal e familiar.
É facto que, na generalidade das áreas, o tele-trabalho não elimina a necessidade de ir à empresa – e ainda bem. Conhecermo-nos e vermo-nos é insubstituível. Mas reduz essa necessidade a uma vez por semana, por quinzena ou por mês, consoante o tipo de actividade e a concreta organização do trabalho individual e colectivo. A empresa não necessitará de instalações tão grandes e, por conseguinte, também não terá de suportar custos tão elevados com edifícios. Se calhar, só com isso, poderá pagar melhor.
A vida profissional será menos pesada e a vida familiar mais feliz.
6. Talvez este facto novo de a vida de muitas pessoas poder estar mais assente nas suas casas do que nos seus locais de trabalho (afinal, o predominante local de trabalho será também em casa) venha permitir abordar de novo a questão da última fronteira. Estas famílias que puderem trabalhar muito tempo a partir de casa, com efectiva produtividade e real qualidade de vida, talvez possam manter consigo os idosos, reduzindo a dependência dos lares sociais, onde a crise COVID-19 veio mostrar aquilo que todos já sabíamos, mas de que ninguém queria falar.
Seria uma ironia boa que a nova organização do trabalho no pós-COVID viesse permitir a muitas famílias melhores condições de acompanhamento dos filhos, excelentes redes de convívio à distância na família alargada, e, ainda, melhores condições de acolhimento dos avós em casa. Graças a quê? Graças ao tele-trabalho, aos novos modos de organização do trabalho empresarial por equipas profissionais multidisciplinares e aos equipamentos e sistemas correntes de comunicação e de operação áudio e vídeo, tornando tudo próximo ainda que à distância. Graças, é bom de ver-se, à vasta revolução que essa mudança provocaria no arrastado, interminável e não-resolvido problema da conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar. Teríamos boas razões para agradecer, se assim for.
Esse seria um bom rescaldo positivo da COVID-19, tanto para os mais novos, como para os mais velhos. E seria muito bom, como agregadoras de todos, para as famílias. Seremos capazes de pensar nisso? Poderemos fazer e aproveitar esse futuro próximo?
7. Tudo o resto é deveras complicado e ainda muito incerto, quando a crise ainda se desenrola e muitas questões estão travadas, porque há várias derrapagens em curso e profundas incertezas: a saúde pública, a economia, os efeitos sociais. É tempo de combater; não há tempo para gastar com muitas perguntas, sobretudo quando não são logo claramente respondidas.
Porém, haverá certamente que estabelecer a confiança nas relações internacionais, em especial no tocante à China, onde tudo começou.
Lembramo-nos do espanto e incredulidade que sentíamos em Janeiro quando o novo coronavírus surgiu em Wuhan, capital da província de Hubei, na zona central da RPC, a norte de Hong-Kong e de Macau, com duas províncias de permeio. Pudemos ver pela televisão a dureza e a determinação do combate pelas autoridades chinesas ao desconhecido vírus, os primeiros lockdowns, os cercos sanitários a cidades e províncias inteiras, as máscaras, os confinamentos em casa, as várias respostas pelo sistema de saúde e a contínua cascata de números de infectados e de mortes. Essa era a imagem que nos ficou da COVID quando viajou para Ocidente em Fevereiro.
Quando a pandemia chegou a Portugal no princípio de Março, a enorme China, com 1,5 mil milhões de habitantes, tinha 80.000 infectados e acima de 3.000 mortos. Estes números eram o pior, aquilo que inspirava o nosso medo. Fazendo, por alto, contas à população, iríamos ficar muito longe desses números – ou seja, à nossa proporção, teríamos de ter medo de números mais baixos.
A evolução da realidade mostrou muito diferente do que poderíamos supor. A China era, de longe, o primeiro afectado em todo o Mundo. Hoje, é o 44.º país ou território em número de infectados (85.434) e o 32.º em número de mortes (4.634). Quanto aos outros, o quadro comparativo não poderia ser mais desolador: os Estados Unidos ultrapassaram os 7,6 milhões de infectados e estão a atingir as 215.000 mortes – respectivamente, 89 vezes mais e 46 vezes mais do que a China. A Rússia vai nos 1,2 milhões de infectados e 21.251 mortes, a Espanha em 810 mil e 32 mil respectivamente, o Reino Unido em 480 mil e 42 mil, o Peru em 825 mil e 32.665, a Arábia Saudita em 336 mil e 4.850, a Turquia em 323 mil e 8.384, a França nos 606 mil e 32.200, a Alemanha nos 300 mil e 9.597 e a Índia, com a envergadura populacional da China, nos 6.547.413 infectados e 101.812 mortes. Nas últimas semanas, por várias vezes, a Índia tem tido um número de novos infectados por dia superior ao total de infectados na China desde o princípio da crise!
Ao mesmo tempo, a COVID-19 teve, mercê de vários factores, um impacto fortíssimo na economia de todo o mundo, provocando quebras brutais. No 2.º trimestre deste ano, os EUA sofreram uma quebra do PIB de -9,1% face ao 2.º trimestre de 2019, a Alemanha de -11,3%, a Itália de -17,7%, a França de -18,9%, o Reino Unido de -21,7% e a Índia de -23,9%. Portugal quebrou, como sabemos, de -16,5%. Nunca se tinham visto quebras assim. E a China?
A China não teve quebra, mas uma subida do PIB de 3,2% relativamente ao período homólogo do ano anterior. Baixou a taxa de crescimento, mas não teve quebra no PIB. E o Presidente XI Jinping já declarou, em Setembro passado, que a China venceu a pandemia, distinguindo e condecorando, no Palácio do Povo, vários altos responsáveis.
Sempre que falo nos números chineses, os meus interlocutores desdenham da sua credibilidade e dizem que não são para levar a sério. Quanto aos números da economia, são apresentados por entidades internacionais credenciadas. E, quanto aos da saúde, a verdade é que, mesmo que estejam manipulados, seria possível esconder a dimensão da diferença.
A China é uma ditadura, um regime autoritário, mas não é um país fechado – é possível observar por várias vias o que lá se passa. Ora, nem é preciso fazer uma comparação per capita entre a China e os EUA. Façamo-la com os números de Portugal. Se a China tivesse o mesmo número per capita de infectados e de mortes que Portugal, teria acumulado até hoje 11,3 milhões de contagiados e 302.755 mortes. Ora, é impossível esconder 298 mil mortos e mais de 11 milhões de doentes. Ninguém consegue.
Os números da China indicam que terá tido a capacidade de limitar, com alta eficácia, a pandemia à província de Hubei, cuja capital é a cidade de Wuhan. Hubei teve 80% dos infectados de toda a China e 97% das mortes. As províncias de cidades muito populosas, como Pequim, Xangai ou Cantão, praticamente nada sofreram. Nenhum outro país, minimamente comparável, teve esta capacidade fosse nas Américas, na Europa, em África, na Ásia ou na Oceânia.
A China terá de explicar – e que aceitar a cooperação internacional nesta averiguação – como surgiu o vírus e que medidas estão já implementadas para que não se gerem mais vírus perigosos e letais nos seus mercados de alimentos, como já acontecera em anos anteriores. E explicar também o que fez de tão eficiente para conter os contágios significativos numa única província do país, proeza que nem a Europa, nem a América do Norte, nem a América Latina, nem a Rússia ou Turquia, nem os países do Golfo ou do Indostão, nem África, nem a Ásia Central conseguiram. São questões de interesse universal de que depende a confiança entre todos. Será muito perigoso que derrape.
E a Organização Mundial de Saúde – que tanta confusão tem semeado em múltiplas ocasiões – terá de garantir e fazer garantir a certeza dos factos, o rigor das explicações e a verdade dos números, assim como, para o futuro, a observância rigorosa de medidas efectivas de prevenção sanitária. Se não for capaz disto, o melhor é fechar a OMS e fazer uma nova de raiz com novas pessoas, dotadas de capacidade e competência.
Uma OMS incapaz não serve para nada. As famílias, a que pertencem todos os doentes e aqueles que morreram, também o reclamam. Nunca mais!
Edição JP, 4.Novembro.2020
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